Dois ícones, a Catedral de Notre-Dame (França) e o Museu Nacional (Brasil) em frente ao posicionamento do brasileiro acerca dos valores de cada uma delas.
Lamentos pela Catedral de Notre-Dame
Acompanhando as redes sociais nesses últimos dias, todos podemos notar que existe uma tristeza no ar por conta do incêndio que atingiu a catedral de Notre-Dame, em Paris. Assistimos postagens de fotos defronte ao templo ou postagens do vídeo ao vivo da cobertura jornalística. Essas postagens podem vir de católicos brasileiros vigorosos em dor por conta de um ícone religioso em cinzas, por admiradores da história, por arquitetos etc.
O que acho mais curioso é que a comoção por Notre-Dame foi “n” vezes maior do que nossa maior perca para a histórica nacional.
Museu Nacional e o posicionamento do Brasil em frente ao incêndio.
Nosso Museu Nacional foi atingido “pelo mesmo” fogo no dia 2 de setembro de 2018. Até aqui o nosso museu conseguiu um valor liberado pelo governo de R$8,5mi pelo MEC, empresários e pessoas físicas também doaram somando mais uma quantia de R$1,1mi. Será que o brasileiro entendeu o que perdemos naquele incêndio? Será que nós contribuímos, em forma de vaquinha virtual, para nosso museu? Ou estaríamos mais interessados em ajudar Notre-Dame?
Os franceses conseguiram levantar um dia após a tragédia o saldo de R$2,6bi (Veja aqui). Lá o pedido do presidente Emmanuel Macron foi em nome da França, e assim diversos empresários e entidades atenderam, todos doaram e arrecadaram esses valores. O que assistimos no Brasil, a promessa do presidente a época de R$45mi e nenhum pedido formal de ajuda para reconstruir o nosso Museu.
Entretanto acredito que o brasileiro realmente vive do complexo de vira lata, me perdoem caros leitores.
Não estudamos a nossa história, não estamos nos importando com ela, deixamos tudo nas mãos dos políticos e julgamos ser culpa somente deles, essa culpa é nossa! Quando não cobramos ações e nos omitimos dos nossos papeis de fiscais dos eleitos. E vejam só, até uma bilionária brasileira doou uma quantia de R$88mi para a França, será que ela doou algo semelhante para nosso museu? (Veja aqui)
Por fim meus caros eu vos peço não um patriotismo vazio e barato que só vinga de quatro em quatro anos, mas sim, um amor pelo que é nosso com carinho e cuidado do que faz parte da nossa história e da nossa arquitetura. Deixo com vocês a fala do diretor do museu:
“Para a humanidade, o acervo que nós temos no museu é muito mais representativo. Organismos que viveram há milhões de anos, material etnográfico de tribos indígenas extintas, múmias.”
Sr. Allexander Kellner
Façam suas reflexões…
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