Essa é uma dúvida que aparece seguido em minhas redes sociais: pessoas querendo abrir o seu próprio negócio na arquitetura, mas preocupadas sobre como divulgar um produto que elas ainda não têm.
Aqui, quero te dar a primeira boa notícia: conheço muitos profissionais que começaram do zero e deram certo, sendo referências em suas áreas de atuação.
“Ah Thiago, mas a minha colega herdou um escritório de arquitetura de seu pai, com uma carteira de clientes já definida…”
Ok, não vamos ser ingênuos. Ela, possivelmente, estará alguns passos à sua frente. Porém, sua colega faz parte de uma absoluta minoria – segunda boa notícia.
Seres mortais como nós, que estão literalmente iniciando a sua jornada profissional da estaca zero, devem estar atentos às alternativas visando uma carreira bem sucedida.
Sendo assim, antes mesmo de criar seu portfólio, você precisa definir o seu ramo de atuação. Quer trabalhar com arquitetura de interiores? Arquitetura comercial? Projetos de edifícios multifamiliares? Arquitetura popular? Não importa. Seja qual for o seu direcionamento, é importante ressaltar que você ganhará muito mais visibilidade se for um especialista no que faz.
Pense em alguém que quer investir R$ 80.000,00 para reformar seu apartamento, por exemplo. Você acha que essa pessoa irá procurar um escritório especializado apenas em arquitetura de interiores, ou um escritório que oferece serviços de PPCI, regularização predial, desmembramentos e arquitetura de interiores? A resposta está na ponta da língua.
Feito isso, chegou a hora de apresentar seu portfólio, para que potenciais clientes possam se encantar com o seu serviço.
“Mas eu ainda não fui contratado por ninguém, como posso ter um bom portfólio?”
1 – Monte o seu próprio programa de necessidades
Já parou para analisar os sites de grandes escritórios de arquitetura na internet?
Se sim, você já deve ter percebido que muitos projetos, mesmo que elaborados há anos atrás, ainda encontram-se com o status de… Projeto, Em Progresso, Ideia… e por ai vai…
Veja os exemplos abaixo do escritório BIG
Isso se dá porque, provavelmente, eles ainda não foram – em alguns casos, jamais serão – construídos.
Mas isso não tira os méritos do trabalho em si, muito pelo contrário. Ele continua lá, com seus renders bem produzidos e plantas baixas bem representadas.
Qual a lição que fica diante disso? Que um projeto para ser publicado não precisa, necessariamente, ser construído. Sendo assim, escolha um terreno de sua cidade, monte um programa de necessidades como se você fosse o seu próprio cliente. Uma casa de três dormitórios para um casal com uma filha, com uma ampla varanda, área gourmet, etc. Desenvolva um projeto de encher os olhos e poste em suas plataformas digitais.
2 – Permute
Vamos supor que você queira se especializar em projetos de caráter social. Você tem um tio que possui um terreno baldio há anos e não tem ideia do que fazer com ele. Proponha um sistema de parceria, onde você desenvolverá um projeto de cinco sobrados populares geminados para o seu lote, com uma participação de ganhos caso o empreendimento se viabilize. Há o risco? Claro que sim. Mas será mais um projeto em seu portfólio que mostrará o seu potencial
3 – Venda
Defendo a teoria de que, arquiteto para ter o seu próprio negócio, deve também ser um vendedor.
A amiga da sua mãe lhe procurou para desenvolver o projeto de sua suíte? Ótimo. Você sabe que seus recursos são limitados, de modo que ela não pensa em reformar o restante do apartamento agora.
Entretanto, só cabe a você mostrá-la que ela precisa do projeto total para que seu espaço de moradia tenha mais vida, auxiliando-a na execução por etapas.
Se tudo der certo, ao invés de apenas uma suíte em seu portfólio novo, você terá o projeto de uma sala de estar, uma cozinha e mais dois dormitórios também!
4 – Fique atento a concursos
Fique atento a concursos. Concursos de arquitetura são uma boa forma de produzir projetos legais.
Geralmente, eles possuem uma maior complexidade em seus programas de necessidades, fazendo necessário que o profissional investigue novas técnicas construtivas disponíveis no mercado, soluções sustentáveis e outros temas recorrentes no mundo da arquitetura atual.
Da mesma forma, concursos exigem uma apresentação clara e quase acadêmica dos projetos. Ou seja, diagramas conceituais e plantas perspectivadas são quase que obrigatórios. Isso enriquecerá também o seu portfólio, trazendo credibilidade para a sua marca.
Para finalizar, é preciso salientar que, independente do que você irá mostrar, é muito importante a forma como você irá mostrar.
Atualmente, diante de um mercado tão competitivo, é essencial se utilizar o que tem de melhor em termos de ferramentas disponíveis tanto no que diz respeito à modelagem dos projetos, como também à finalização de imagens, de modo a produzir resultados encantadores.
A utilização da ferramenta BIM, por exemplo, lhe dá uma gama enorme de representação de projeto, com diagramas construtivos, cortes perspectivados, plantas baixas humanizadas…
Softwares como o Lumion fazem com que você não tenha mais apenas um pacote de imagens renderizadas, mas também vídeos e imagens 360º. Utilize tudo isso em seu portfólio e se destaque no mercado.
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