Pequenas decisões podem transformar casas convencionais em moradias com menor impacto ao meio ambiente e com mais conforto
O tema sustentabilidade tem impactado o setor da construção há alguns anos. Para se ter uma ideia, os edifícios empresariais, por exemplo, são os grandes responsáveis por boa parte do consumo global de energia, recursos e emissões de gases de efeito estufa. Segundo um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) sobre edifícios e clima, estes empreendimentos são responsáveis por 40% do uso global de energia e um terço das emissões globais de gases de efeito estufa.
A cada ano, cresce o número de edifícios com certificações verdes pelo mundo, e o que era uma tendência passa a ser um valor da sociedade atual. Em busca de mais conforto, menor impacto e mais economia de energia, a construção mundial vem adotando práticas mais sustentáveis, em busca de reaproveitar água, reduzir custos operacionais, minimizar desperdícios e melhorar a qualidade dos ambientes.
Essa mentalidade não está restrita a obras comerciais e já chegou aos lares de todo o mundo. De acordo com um estudo realizado pela Nielsen em 2019, 42% dos brasileiros estão mudando seus hábitos de consumo para reduzir o impacto na natureza. Isso significa mais consciência sobre marcas sustentáveis, processos de produção e escolha de materiais mais criteriosa.
De acordo com Mônica Caparroz, gerente de marketing da Cebrace, maior produtora de vidros e espelhos da América do Sul, há muita desinformação sobre o que seriam materiais aliados de um lar mais consciente. “Não é raro as pessoas acharem, por exemplo, que a escolha do vidro para a sua casa dificilmente faria a diferença para se ter uma obra sustentável. Mas se eu disser que você pode ter um vidro que reduz até 70% do calor e ainda faz você ter uma economia de ar-condicionado e luz artificial que pode chegar a 30%, você repensaria esse seu conceito?”.
O vidro é um exemplo de como a escolha de um material tão presente no nosso dia a dia pode gerar um impacto no bolso e no meio ambiente. Mas o que faz com que essas práticas ainda encontrem barreiras no Brasil?
Uma delas é a ideia de que sustentabilidade é luxo e pode onerar muito uma reforma. ”Muitas vezes, você investe um pouco mais em material de qualidade superior para ter um retorno sobre o seu investimento percebido em conforto e, ainda, em uma casa mais responsável com o seu entorno”, completa Mônica.
Outro mito é o de que casas que buscam práticas sustentáveis precisam ser construídas do zero (100% verdes). A verdade é que, segundo a PhD em materiais, Iza Valadão, para ter uma casa mais sustentável, basta fazer as escolhas certas. “Pequenas ações já ajudam a diminuir o impacto negativo ao meio ambiente”, afirma.
Para falar desse assunto, reunimos algumas dicas de Iza Valadão, engenheira civil PhD em materiais sustentáveis; Fanny Clair, arquiteta francesa referência em construção de casas sustentáveis e Cebrace, fabricante líder no segmento de vidro plano no Brasil e que desenvolve a linha de vidros de proteção solar Habitat, feita com nanotecnologia para reduzir a entrada de calor nos ambientes e colaborar para a eficiência energética.
Veja as dicas:
Seja consciente na escolha dos materiais na hora de construir ou reformar
Saber o material e a quantidade certa dele, evita desperdício, gastos desnecessários e geração de resíduos. Já quando o material é utilizado de maneira adequada, ele aumenta a vida útil da edificação e diminui a necessidade de manutenção.
Fanny Clair explica que a escolha dos materiais influencia também diretamente na toxicidade de uma casa. “Pinturas com metais pesados, por exemplo, fazem mal à saúde. Portanto, deve-se evitar o uso de qualquer material químico”, conta a arquiteta. A dica é escolher usar materiais que não sejam tóxicos ou que tenham o mínimo possível de toxicidade. A longo prazo, esses materiais podem fazer mal à saúde e ao meio ambiente, portanto, escolhas mais conscientes também fazem parte da sustentabilidade.
Outro fator que deve ser levado em conta em construções sustentáveis é o clima tropical do Brasil, que favorece o superaquecimento em residências quando os projetos não utilizam materiais específicos para oferecer maior conforto, e neste caso, o vidro de proteção solar é um protagonista que favorece o casamento entre design e eficiência energética com toda a sua versatilidade de aplicação.
”O vidro de proteção solar Habitat foi feito pensado pra essa necessidade do clima brasileiro: projetos que querem lindas fachadas mas precisam de conforto sem ter que abusar do consumo de energia do ar-condicionado. Antes de existir o vidro de proteção solar, os ambientes envidraçados eram verdadeiras estufas com vidros inadequados para aquele projeto e mal especificados”, explica Mônica Caparroz.
Para Iza Valadão, “o vidro pode substituir parte do sistema construtivo. Se a estrutura for de alvenaria, o vidro pode substituir blocos, argamassas, impermeabilizantes e tintas. Já se for de steel frame, ele substitui estruturas metálicas, drywall e placas cimentícias. De toda forma, o vidro torna a obra muito mais ágil e de melhor manutenção”, conta Iza Valadão.
A arquiteta Fanny Clair complementa: “A iluminação é essencial para qualquer construção sustentável, já que permite que a luz natural entre no ambiente trazendo mais conforto ao local. Quando as aberturas são bem localizadas e orientadas pelo nascer do sol usando placas de vidros
grandes, a luz indireta dá mais vida às cores e traz conforto visual aos moradores, deixando seus olhos mais descansados. Além disso, o uso do vidro possibilita um impacto positivo sobre o corpo, já que a luz influencia no metabolismo, no sono, na vitalidade e em muitos outros aspectos.
Considere pequenas ações antes de começar
Antes de aprovar o seu projeto com o arquiteto, repense se algo poderia ajudar na redução de custos e desgastes ambientes. Veja alguns itens que podem te ajudar:
Blocos modulares: o uso deste tipo de material pode gerar uma economia de até 40% no valor total da obra. Isso porque seus formatos diferenciados possibilitam a passagem das tubulações elétricas, hidráulicas e sanitárias por dentro dos elementos, evitando recortes de paredes, perda de tempo do funcionário e geração de muitos resíduos.
Posição das janelas e portas: este quesito é fundamental quando se fala de luz natural e ventilação cruzada. Utilizar a posição do sol para definir a posição de portas, janelas e sistemas de captação de luz possibilita combinar conforto térmico, eficiência energética e estética.
Vidro de proteção solar:
O vidro de proteção solar Habitat, por exemplo, é um excelente aliado da sustentabilidade. Fabricado com tecnologia de ponta, ele é capaz de controlar a entrada de luz e de calor no ambiente. Além de ser 100% reciclável, reduz a entrada de até 70% do calor. Ao ser usado na versão laminada, ainda diminui até 99,6% dos raios UV, o que protege a casa do desbotamento.
Tudo isso faz com que esse material contribua para a economia de energia e redução do consumo de ar-condicionado, além de proporcionar mais conforto.
Esse tipo de vidro é usado em obras com certificações sustentáveis, sendo item obrigatório para obter pontos na conquista de um selo verde. Ele pode ser usado em coberturas, pergolados, janelas, portas e fachadas e está disponível em diferentes cores e possibilidades de aplicação.
A arquiteta Fanny Clair acrescenta mais algumas dicas que podem fazer ainda mais diferença:
Vegetação a seu favor: o uso da vegetação pode favorecer o conforto térmico, já que deixa o ambiente mais fresco, fator importante para um país tropical como o Brasil.
Economia e/ou reuso de água: a água é um bem muito precioso e que precisa ser usado com consciência. Por isso, pensar em sua economia é tão importante. Uma opção, por exemplo, é usar sanitários com caixas acopladas de fluxo duplo, reduzindo até 25% do consumo de água, além de torneiras com arejadores, que ajudam a economizar até 70%.
Ainda sobre água, pensando em algo mais ecológico, é possível diminuir seu consumo por meio de cisternas, armazenando água da chuva para ser usada para irrigar jardins, lavar chão e outras aplicações.
Telhados: os telhados são um dos componentes mais valorizados em um projeto sustentável. Neles, é possível construir claraboias que favorecem a entrada de luz natural, por exemplo, reduzindo o consumo de energia elétrica. Além do uso de placas fotovoltaicas para captação de energia solar trazem uma grande economia que paga o investimento em poucos anos.
Vale lembrar que para quem quer levar a sustentabilidade mais a sério e de ponta a ponta no seu projeto, existem certificações sustentáveis como as do selo GBC Casa e Aqua, que concedem selos verdes a projetos residenciais. Então, se você vai construir ou reformar, informe-se e crie projetos mais confortáveis e conscientes!
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