Seminário Emergência Climática e Cidades 01–03 agosto

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Seminário Emergência Climática e Cidades é organizado pelo IABsp e Escola da Cidade vai reunir profissionais do enfrentamento às mudanças do clima para discutir uma nova agenda urbana em face dos eventos climáticos extremos que já atingem as cidades

O Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IABsp), por meio de seu Grupo de Trabalho Clima e Cidade, e a Escola da Cidade promovem, de 1º a 3 de agosto, o I Seminário Emergência Climática e Cidades, a ser realizado na sede do IABsp.

Por meio da troca de experiências recentes no campo da mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças do clima nas cidades, o I Seminário sobre Emergência Climática e Cidades tem como objetivo engajar arquitetos urbanistas e os setores público, privado, não governamental e acadêmico na agenda climática global.

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Seminário Emergência Climática e Cidades

O seminário reunirá pesquisadores, gestores públicos e consultores do enfrentamento às mudanças climáticas nas cidades. Entre eles, Ana Toni, Secretária Nacional de Mudança do Clima, Pedro Jacobi, presidente do Conselho da América do Sul do ICLEI (Governos Locais pela Sustentabilidade), Giselle Brito, coordenadora da área de Direito a Cidades Antirracistas do Instituto Peregum, Clarisse Linke, Diretora Executiva do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil), e Maria Caldas, ex-secretária municipal de Política Urbana de Belo Horizonte e consultora do Instituto Lincoln de Políticas de Solo.

Para além de atuar na redução das emissões de gases de efeito estufa, chegou o momento de agir pela adaptação do meio construído a essa nova realidade. Depois de décadas de alertas da comunidade científica, os eventos climáticos extremos são sentidos nas cidades: tempestades, enchentes e ondas de calor mais intensas já afetam a vida de seus habitantes, com aumento de doenças, mortes e remoções. Mais de 80% da população brasileira vive no meio urbano. As mudanças climáticas afetam a todos, mas afetam com mais intensidade as populações que estão à margem da infraestrutura urbana. Seu enfrentamento intersecciona, portanto, as desigualdades e tem forte componente racial. Não é possível pensar a adaptação climática das cidades sem pensar em justiça ambiental urbana.

“Enquanto a atenção tem sido na redução das emissões para conter os impactos da crise climática, já há impactos consolidados e irreversíveis que afetam – e afetarão cada vez mais – as comunidades mais vulneráveis. Por isso, a importância do diálogo e união de esforços entre o campo do clima e o campo da arquitetura e urbanismo”, afirma especialista em mudanças climáticas Shigueo Watanabe, membro do GT Clima e Cidade, do IABsp e palestrante convidado para a Mesa 1: Cidade e Clima.

Nesse novo contexto, a pauta ambiental precisa tomar forma na gestão urbana e no pensamento arquitetônico, em desafios como mobilidade, macrodrenagem, redução de emissões da construção, adaptação do ambiente urbano (em especial dos assentamentos informais) à nova condição climática, com controle do desmatamento e da expansão.

Segundo Raquel Schenkman, presidente do IABsp, “o seminário visa fomentar um entendimento mais profundo e uma maior valorização do papel do urbanismo e da arquitetura na adaptação às mudanças do clima. Boas práticas de arquitetura e urbanismo, focadas no cuidado com o território, com as culturas locais, aliadas ao planejamento urbano, se constituem como instrumentos valiosos para a resposta à emergência climática”. Raquel falará na abertura institucional do evento.

Para Anderson Freitas, um dos diretores da Escola da Cidade, “o entendimento sobre a pauta socioambiental é fundamental para estudantes de arquitetura e urbanismo, por isso as escolas devem assumir um compromisso com o desenvolvimento sustentável das cidades em ações concretas como esta iniciativa.”

Uma mudança de percepção sobre o papel da natureza na cidade está entre os fatores críticos para o enfrentamento às mudanças climáticas. O arquiteto e urbanista Luiz Florence explica: “Parte da solução para esses desafios está no resgate da natureza como elemento da infraestrutura urbana, incorporando a função social e ecológica do solo e das águas em uma nova forma de pensar o ambiente construído”. Luiz é membro do GT Clima e Cidade e moderador da Mesa 4 – Construção: mitigação e resiliência.

Adaptar as cidades para as mudanças climáticas também oferece a oportunidade para torná-las mais justas e saudáveis. Isso pode acontecer de diversas formas, de acordo com a arquiteta e urbanista Hannah Arcuschin Machado: “Políticas públicas que visam reduzir a emissão de gases de efeito estufa, como a diminuição da poluição do ar, melhoria do acesso a áreas verdes e oportunidades para o transporte coletivo de baixo carbono, ou o transporte ativo – a pé ou de bicicleta – são medidas que podem trazer benefícios imediatos à saúde local, reduzindo inclusive os custos para o sistema de saúde”. Hannah é membro do GT Clima e Cidade e fará a moderação da Mesa 1.

Como produto das discussões do seminário, será produzido um marco lógico (framework), com o horizonte de fortalecer a agenda climática urbana do sul global e contribuir com a formação e atuação dos arquitetos e urbanistas.

Serviço

Diretoria IABSP - Fotografia por Rafael Schimidt
Diretoria IABSP – Fotografia por Rafael Schimidt

Programação(bios dos palestrantes em www.iabsp.org.br/climaecidade)

Mesa 1 – Cidade e clima
terça-feira, 1º de agosto, das 16h às 18h

Na abertura os debatedores trarão um panorama da crise climática e do papel das cidades em seu enfrentamento. Temas como as ações previstas pelo IPCC para as cidades (com foco no Brasil e nas regiões litorâneas), as estratégias de adaptação para as cidades do estudo “Brasil 2040” e a perspectiva do Governo Federal para a adaptação urbana à emergência climática estão entre os assuntos que vão motivar o debate.

Mesa 2 – Habitat: moradia e meio ambiente
terça-feira, 1º de agosto, das 18h30 às 20h30

As mudanças climáticas afetam a todos, mas afetam com mais intensidade as populações que estão à margem da infraestrutura urbana. Seu enfrentamento intersecciona, portanto, as desigualdades e tem forte componente racial. Nesta mesa, os debatedores vão discutir a necessidade de uma adaptação antirracista das cidades frente à emergência climática e as ações de adaptação para moradia em áreas vulnerabilizadas por eventos climáticos extremos, como São Sebastião, no litoral do Estado de São Paulo. A função social e ecológica do solo também orientará o debate.

Mesa 3 – Cidade e água
quarta-feira, 2 de agosto, das 16h às 18h

A governança das águas está entre os desafios mais importantes diante de eventos climáticos extremos no meio urbano. Para discutir o tema, esta mesa centrará o debate sobre o papel das águas como elemento estruturador no ambiente das cidades e sobre as práticas de manejo hídrico no novo contexto do clima. Também abordará as soluções baseadas na natureza e o caso do plano de bairro do Jardim Pantanal, na Zona Leste de São Paulo.

Mesa 4 – Construção: mitigação e resiliência
quarta-feira, 2 de agosto, das 18h30 às 20h30

Tendo em perspectiva o elevado impacto ambiental da construção civil, os debatedores vão discutir: a descarbonização e sustentabilidade dos programas habitacionais; a revisão da lógica linear industrial (reformar, reaproveitar, reutilizar) e a justiça energética; a construção “net zero” e o uso de materiais renováveis. Abordarão, além disso, a resiliência das edificações futuras e o papel das agências e programas de urbanização e habitação de interesse social na promoção da justiça ambiental.

Mesa 5 – Mobilidade urbana e eficiência energética
quinta-feira, 3 de agosto, das 16h às 18h

Os transportes respondem por cerca de 20% das emissões de carbono ao redor do globo. A proposta desta mesa é abordar a transição energética do setor, o transporte coletivo e a adaptação dos transportes à emergência climática. Os debatedores também abordarão a conexão entre desenvolvimento fundiário, desenho urbano, mobilidade e racismo ambiental.

Mesa 6 – Futuro adaptado: novas formas de produzir cidade
quinta-feira, 3 de agosto, das 18h30 às 20h30

Para pensar um novo paradigma de produção das cidades, os debatedores vão refletir sobre as iniciativas climáticas de fortalecimento da resiliência urbana e os alinhamentos entre planos diretores e planos de ação climática, a partir do caso de Belo Horizonte. A justiça climática será abordada sob o enfoque da comunicação, diálogo e participação das demandas das periferias para sua adaptação.

Ficha Técnica

O seminário é uma correalização do Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo, por meio de seu Grupo de Trabalho Clima e Cidade, e da Escola da Cidade.

Instituto Clima e Sociedade, Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento – ITDP, Instituto Lincoln de Políticas de Solo e Fundo Casa Sócioambiental apoiam o evento.

São parceiros o IAB-DN, 23 Sul, Centro de Tecnologia e Edificações – CTE, FAU-USP, FGV Cidades, FAU Mackenzie, Habitat para a Humanidade Brasil, ICLEI, Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper, Instituto Alana, Instituto Zerocem, MIT-Brazil, ONU Habitat, UCCRN-LA, UFABC e Urbem.

Este seminário faz parte da série de eventos preparatórios do IAB para o Seminário “O povo, sua casa, sua cidade: 60 anos de luta por Habitação e Reforma Urbana”.

Sobre o GT Clima e Cidade

O Grupo de Trabalho Emergência Climática e Cidades do IABsp atua para fomentar a discussão urgente sobre as ações necessárias na práxis urbana para mitigar os impactos dos eventos climáticos extremos. Com esse objetivo, o GT promove o debate das estratégias de adaptação e práticas mitigadoras das emissões de gases de efeito estufa das áreas urbanas no Brasil. Esse debate tem como base a justiça climática, pois são as populações mais vulneráveis as mais atingidas pelos eventos climáticos extremos.

Sobre a Escola da Cidade

A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Escola da Cidade, por meio do Conselho Ecosocioambiental, para além das políticas de inclusão e equidade, tem procurado trazer o tema socioambiental de maneira estruturada para dentro de sua matriz curricular. Estar sempre conectado às questões de urgência da sociedade tem provocado a Escola da Cidade a promover ações reflexivas sobre a pauta socioambiental, como seminários, projetos e cursos. Nesse sentido a parceria com o IABsp para realização desse evento contribui não somente para a consolidação de nossas ações pregressas, mas principalmente para o crescimento e fortalecimento de ações futuras.

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Emanuel Souto é Arquiteto e criador do Blog Papo de Arquiteto. Curte cinema, livros, poesia, fotografias e o seu cachorro Saito (não é Site). Ama boa música, vinho e detesta conversa fiada. Conheça nosso escritório: https://cactos.arq.br/

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